ATA DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 19-3-2008.
Aos dezenove dias do mês de março do ano de dois mil
e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes,
Maria Luiza, Mario Fraga, Neuza Canabarro e Sebastião Melo. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro
Zacher, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos
Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 035/08 (Processo nº 1343/08);
pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 180/07
(Processo nº 6121/07); pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 025/08 (Processo nº 0953/08); pelo Vereador Guilherme Barbosa, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 028/08 (Processo nº 1060/08). Também, foram
apregoados os Ofícios nos 196, 197 e 201/08, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do
Executivo nos 014, 013 e 015/08 (Processos nos 1856, 1855
e 1880/08, respectivamente). Ainda, foram apregoadas as Emendas nos
01 e 02, propostas pelo Vereador Aldacir Oliboni e assinadas pela Vereadora
Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº
024/07 (Processo nº 1190/07). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
448 e 452/07, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa
Econômica Federal – CEF –; 094 e 095/08, da Senhora Fernanda Almeida Cappelini,
Supervisora de Produtos de Repasse da CEF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
João Antonio Dib registrou o transcurso, hoje, do centésimo sexto aniversário
do nascimento do ex-Prefeito José Loureiro da Silva, discorrendo acerca da
contribuição dada durante a gestão desse político para o desenvolvimento de
Porto Alegre. Nesse sentido, defendeu que estátua em homenagem a José Loureiro
da Silva seja transferida para dentro do pátio desta Casa, sustentando que essa
medida preveniria a depredação desse monumento e o colocaria em local de maior
visibilidade. A Vereadora Maristela Maffei relatou reunião entre moradores do
Bairro Lomba do Pinheiro e representantes do Governo Estadual e da Brigada
Militar acerca dos problemas de segurança pública constatados naquela região.
Sobre o tema, asseverou que não existe perspectiva de melhorias significativas,
a médio e longo prazo, para o policiamento no Bairro Lomba do Pinheiro,
elogiando, no entanto, medidas anunciadas pela Secretaria da Segurança Pública
para a diminuição da criminalidade na região. A Vereadora Neuza Canabarro
discursou acerca da necessidade de valorização da educação como caminho para o
desenvolvimento do Brasil, mencionando deficiências existentes no aprendizado
dos alunos e na estrutura do sistema educacional. Nesse sentido, propugnou pelo
aumento da fiscalização em escolas, alegando que essa prática foi relegada durante
os Governos anteriores do Estado e afirmando que a falta de controle da qualidade
do ensino público é prejudicial aos alunos. O Vereador Alceu Brasinha parabenizou
o Governo Municipal pela conclusão das obras do Conduto Forçado Álvaro Chaves,
registrando a visita do Prefeito José Fogaça e de diversas autoridades por
ocasião da inauguração desse empreendimento no dia de ontem. Sobre o tema, lembrou
problemas que ocorriam na região abrangida pelo traçado do Conduto Forçado
Álvaro Chaves, decorrentes do acúmulo de água. A seguir, foi apregoado Requerimento
de autoria da Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, solicitando,
nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde
para o Vereador Carlos Todeschini no dia dezessete de março do corrente. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen enfatizou a conclusão do
Conduto Forçado Álvaro Chaves, inaugurado ontem. Ainda, manifestou-se acerca de
sua presença, hoje ao meio-dia, na posse interina do Senhor Paulo Feijó como
Governador do Rio Grande do Sul, lembrando a importância da união política para
a governabilidade do Estado. Finalizando, ressaltou a necessidade de maiores
investimentos nas áreas da educação e segurança pública. Em continuidade, o
Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Sérgio
Goldsztein. EM COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell opinou que a
transmissão do cargo de Governador do Estado não representa uma notícia
excepcional, sendo uma atribuição natural do Vice-Governador eleito. Também,
registrou a participação do Partido dos Trabalhadores no projeto referente à
implantação do Conduto Forçado Álvaro Chaves, criticou a situação em que se encontra
a gestão da saúde no Município e cobrou o pagamento de horas-extras aos Guardas
Municipais. O Vereador Professor Garcia comentou a inauguração, ontem, do
Conduto Forçado Álvaro Chaves, asseverando ser essa a maior obra de drenagem
realizada no Município nos últimos cinqüenta anos. Ainda, frisando que a
captação de recursos e a implantação desse projeto foram efetivadas na gestão
do Prefeito José Fogaça, enfatizou que esse empreendimento beneficiará
moradores de nove bairros da Cidade, sendo de importância fundamental na
prevenção de alagamentos em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz cumprimentou o
Prefeito José Fogaça pela inauguração do Conduto Forçado Álvaro Chaves,
afirmando que essa obra é uma vitória também deste Legislativo e lembrando
debates sobre o assunto promovidos por esta Casa. Além disso, aludiu a regiões
da Cidade que enfrentam alagamentos em épocas de chuva, propugnando por ações
do Governo Municipal para que se amenize o problema e se diminuam os
transtornos enfrentados pelos moradores dessas áreas. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Após, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca do Conduto Forçado
Álvaro Chaves, registrando que essa obra foi iniciada durante a gestão do
ex-Prefeito Guilherme Socias Vilella, sendo concluída na gestão do atual Prefeito,
Senhor José Fogaça. Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou que no dia
vinte e quatro de março do corrente, às dez horas, seria realizada reunião da
Mesa Diretora e, às onze horas, reunião da Mesa Diretora com o Colégio de
Líderes, tendo se manifestado a respeito o Vereador Nereu D’Avila. Às
quinze horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para
a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às
quinze horas e dezessete minutos, constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação, esteve o
Projeto de Lei do Legislativo nº 024/07, discutido pelos Vereadores Aldacir
Oliboni, João Antonio Dib, Adeli Sell e Luiz Braz e pelas Vereadoras Sofia
Cavedon e Maria Celeste. Na ocasião, foi votado Requerimento de autoria do
Vereador Aldacir Oliboni, solicitando o adiamento por duas Sessões da votação
do Projeto de Lei do Legislativo nº 024/07, o qual obteve seis votos SIM e
cinco votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz,
João Antonio Dib, Haroldo de Souza e Carlos Comassetto, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores
Aldacir Oliboni, Dr. Raul, Ervino Besson e Mario Fraga e as Vereadoras
Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e Não os Vereadores Claudio Sebenelo,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz e Newton Braga Rosa, votação esta
declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum
deliberativo. Na ocasião, o Vereador Aldacir Oliboni
manifestou-se acerca de debates hoje efetuados nesta Casa referentes ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 024/07. Às dezesseis horas e seis minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e secretariados
pelos Vereadores Ervino Besson e Aldacir Oliboni. Do que eu, Ervino Besson, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
hoje, 19 de março, é o dia de São José, e José Loureiro da Silva tem esse nome
pelo dia do seu nascimento. Se hoje ele fosse vivo, teria 106 anos;
lastimavelmente ele nos deixou com 62 anos, portanto há quase 44 anos. Foi um
homem que fez esta Cidade ser alguma coisa do que é hoje já no início da década
de 40. Aqui, tenho um Plano de Urbanização da sua Administração (Mostra o
livro.) feito naquele período. Podemos encontrar ali que deveria ser construído
um pronto-socorro com fundações para que ele tivesse oito pavimentos, mas foram
construídos apenas três, porque a Cidade não precisava de mais do que isso.
Depois, o Prefeito Telmo Thompson Flores, fez um quarto pavimento. Aqui, neste
volume, se vê como deveria ser traçada a 1ª Perimetral, inclusive prevendo o
Túnel da Conceição, ligando a Rua da Conceição à Rua Sarmento Leite. Também se
vê a posição em que deveria ficar a rodoviária, que está no lugar certo, não
tenho dúvida nenhuma, o que falta é a elevada sobre a Av. Mauá e a complementação
do Túnel da Conceição, ligando também a Av. Presidente Castelo Branco. Aqui
está a criação do Parque Moinhos de Vento, transferindo o hipódromo para o
Cristal, aterrando parte do rio para que se fizessem as cocheiras. Aqui está a
outra Perimetral, e também está a preocupação do Prefeito com o meio ambiente,
quando quiseram estender a Universidade, que já estava ocupando parte do Parque
da Redenção; quiseram fazer mais, ele disse que não, que a Cidade precisava de
verde e que um dia o Parque seria pequeno para a Cidade, que fizessem a
extensão na Agronomia, onde hoje está o Campus Universitário. A previsão dele
era mais do que se possa pensar; a sensibilidade que ele tinha, o amor que ele
tinha por esta Cidade, fazia com que ele fizesse versos na pedra construindo
uma cidade. E tem aqui mais muitas coisas que mostram a visão de um homem que
amou a sua Cidade, e esse homem amou a sua Cidade de forma desmesurada, de
forma incrível, tanto que foi dito pelo Dr. Nilo Ruschel que, se alguém amou
Porto Alegre com amor e paixão, foi Loureiro da Silva, amante da Cidade. Esse
homem tem um monumento colocado próximo à Câmara. Em 2003, quando nós fizemos o
cercamento da Câmara, e eu exercia a presidência da Casa, propus que se
transladasse o monumento de Loureiro da Silva - maior Prefeito que esta Cidade
teve - para a frente da Câmara Municipal de Porto Alegre, da Avenida que tem o
seu nome, porque lá onde ele está é muito pouco visto. Mas o pior de tudo
é que me prometeram e não fizeram, Passou-se o ano de 2003, de 2004, e a
estátua não foi transladada. Está depredada; parte da história da Cidade, dos
açorianos que aqui chegaram - contada em bronze -, foi roubada; o pedestal está
todo pintado e o monumento em si também está precisando de cuidados. E aí, no
dia 2 de janeiro de 2005, eu pedi o translado da estátua - o único pedido que
fiz ao Prefeito José Fogaça -, e ele imediatamente mandou a solicitação para a
Secretaria do Meio Ambiente para que se provideìciasse. Custava 28 mil reais,
en 2003, segundo me informou Dieter Wartchow. E nós estamos chegando quase ao
fim do mês de março, quando Loureiro faria 106 anosl e o seu monumento continua
ali, abandonado, depredado, e a promessa de translado fica por isso mesmo,
porque eu acho que este no isso já não acontecerá mais.
É
lastimável que a Cidade, que se preocupa tanto com outras coisas, não cuide um
pouco da história do seu maior Prefeito, pondo seu monumento à vista de toda a
população, e, mais do que isso protegido pela própria segurança da Câmara
Municipal, porque ficaria perto de sua entrada e teria iluminação direta sobre
ele.
Eu
espero que alguém, um dia, tenha o senso de responsabilidade e de gratidão para
aquele que foi o melhor Prefeito que a Cidade teve, e seu monumento seja
colocado num ponto já destinado, que seria visível por todos que transitam na
Av. Loureiro da Silva. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Solicito que o Ver. Aldacir Oliboni, 3º
Secretário, proceda à leitura das proposições para a Sessão do dia de hoje.
(Procede-se
à leitura das proposições apresentadas à Mesa.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, na semana passáda, eu fiz um relato em relação
à região, Ver. Claudio Sebenelo, da Lomba do Pinheiro, referente à segurança
pública. Imediatamente, após o uso do Tempo de liderança, colocando toda a
situação que nós ainda vivenciamos na nossa Região, fiz um contato com o
Secretário Mallmann, Secretário de Segurança do Estado, que se prontificou,
imediatamente, para poder fazer uma agenda naquela Região; aliás, Ver. Carlos
Todeschini, a primeira agenda numa comunidade em Porto Alegre desde que o
Governo Yeda foi eleito no nosso Estado. Mas eu falo isso não de uma forma
pejorativa; eu falo isso de uma forma positiva, porque estiveram lá o Delegado
da Polícia Federal, o Chefe da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, o
Comandante da Brigada do Estado do Rio Grande do Sul, bem como o Vanin, daqui
de Porto Alegre, e todo um aparato estratégico e operacional da Segurança do
nosso Estado.
Em
três dias, nós mobilizamos aproximadamente 800 pessoas, sendo que quatro
colégios, do turno da noite, enviaram suas representações - mão a sua
totalidade, mas a juventude se fazendo presente, colocando as suas
reivindicações. O comércio local também se rendeu positivamente ao apelo, ao
que elas estavam sentindo para estarmos juntos, mais as lideranças todas, desde
o Orçamento Participativo, Fórum de Segurança e Direitos Humanos, enfim.
A
verdade é que o Secretário, em todo o seu relato, colocou a situação do Estado,
dizendo que era quase impossível pôr alguma coisa em prática, mesmo num bairro
com aproximadamente 80 mil pessoas e tendo só uma viatura, 23 brigadianos,
sendo que 10 efetivos e o resto em contrato emergencial, portanto uma média de
quatro por turno, e ainda fazendo barreiras! Barreiras que são uma exigência de
um programa do Estado para a Segurança Pública, mas também uma forma
arrecadatória.
Essa reunião acabou
colidindo com uma outra da agenda do Ver. Sebastião Melo. Nós deixamos de estar
na Comac, mas fomos muito bem representados lá na posse do meu conterrâneo Hermínio
Vivian, nosso amigo pessoal - não é mesmo, Vereador? Abrimos mão dessa agenda
para estarmos ali.
Confesso
que ficamos felizes por todo o aparato da Segurança Pública estar lá. Por outro
lado, ficamos estarrecidos, porque em médio e em longo prazo não vamos ter
retorno. A única coisa que conseguimos - e ainda temos que dar graças a Deus! -
foi mais uma viatura que será tirada de outro lugar. Segundo o Secretário,
talvez de um setor administrativo. Veja bem, naquele dia, a única viatura que
nós tínhamos estava estragada. A moto também tem o problema da gasolina, da
questão do abastecimento. Então, vocês imaginam, nós temos aproximadamente 32
vilas, porque a Lomba do Pinheiro até a Av. João de Oliveira Remião é atendida
aqui pelo Partenon. Até chegar lá, quando dá um problema, vocês sabem,
dá 11 quilômetros aproximadamente, e nós então vivemos essa situação
gravíssima. De qualquer forma, a questão positiva foi a organização da
comunidade, fazendo-se presente lá e mostrando ao Secretário que Porto Alegre
existe, que não vai ser apenas a Lei Seca que vai resolver os nossos problemas,
que não é apenas a política ostensiva que vai resolvê-los, mas que falta uma
política preventiva.
Nós, como comunidade, estávamos dando várias
sugestões para ajudar a equacionar o problema, porque a nossa parte também é
necessária. Agora, quando não se senta em uma mesa, como nós fizemos... Porque
nós puxamos, Ver. Sebastião Melo, foi a comunidade quem puxou essa reunião. Lá
estavam aproximadamente 800 pessoas, sentadas, mostrando ao Secretário, ouvindo
atentamente - sem nenhuma vaia -, toda a choradeira em relação ao Governo Yeda.
Respeitamos a fala do Sr. Secretário; vamos aguardar dois meses e meio,
solicitaremos a volta de todo aquele aparato que estava lá, para que, em médio
e longo prazo, seja cumprido o compromisso do Secretário Mallmann com aquela
comunidade.
De qualquer sorte, Vereador, com a sua tolerância,
eu gostaria de dizer que, quando a comunidade chama e mostra, as coisas podem
acontecer com simples atitudes políticas! Por exemplo, o BOE - não quero me
enganar aqui nos nomes - estava ontem fazendo a barreira, e aí os brigadianos,
que têm que ficar lá dando atendimento para a comunidade, ficaram fazendo o seu
trabalho. Já ajudou. O Secretário diz que, em dez dias, vamos ter mais dez
efetivos. Estamos aguardando, e tudo aquilo que for bom, também iremos aqui
elogiar. Por enquanto, não dá para fazer, de fato, um elogio, apenas o grito da
população, porque, infelizmente, na nossa região, Ver. João Dib, já temos grupos
de milícia, já temos grupos lá andando nos coletivos; mataram dois assaltantes
na semana passada, e, de retorno, também tivemos já a morte de mais um
motorista de Kombi. De qualquer sorte, também não somos mal-educados e queremos
agradecer ao Secretário Mallmann por seu esforço em ter estado lá. Acho que
isso tem que ser o pontapé inicial da nossa comunidade de Porto Alegre, chamar
o Secretário, organizar. Os Parlamentares também têm a sua obrigação nas suas
comunidades, mostrar o que nós mostramos lá. Eu acho que aí ao menos vamos ter
um pequeno alento e não vamos ter tantas mortes como nós temos tido, e nem ter o avanço do
narcotráfico. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Sr. Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; senhores e senhoras; eu distribuí aos Vereadores uma cópia de uma
matéria que saiu no jornal O Sul no dia de ontem. Eu gostaria que os
Vereadores, que têm em mãos esta cópia, pudessem acompanhar esta leitura, é
sobre aquela menina, a Gyselle, que está no Big Brother, e em seu blog,
diz o seguinte (Lê.): “Eu queria explicar p vcs [a forma como ela escreve
vocês] minha ‘discurcao’ com dr Marcelo, mas eu não vou tocar mas nesse
‘assustu’. Não me interressa ficar ‘remuendo’ coisas sem valor, então Marcelo
para mim hoje uma pessoa mal, vingativa, que arruma ‘pretestos’ para que as
'pessoa' fiquem contra ele, se pessoa veste azul ou branco o que me
‘enteressa’. (Sic.)” Vejam bem, isso é uma realidade! O Presidente Lula,
há três anos, declarou que medidas deveriam ser tomadas, ou nós, cidadãos que
temos responsabilidades, vamos ser responsáveis por uma geração de analfabetos.
Outro
aspecto, nós estamos em uma Câmara de Vereadores onde temos a função de
fiscalizar os atos do Executivo; e eu não vejo mais interesse em faltas de
vagas. Existe falta de vagas em Porto Alegre, mais de mil faltas de vagas!
Foram ao Ministério Público, ao Conselho Tutelar, levaram a relação; uma
Secretaria dá uma desculpa e a outra dá outra, são remendos e arremedos, e
não-sei-quê, mas a ação, Ver. João Antonio Dib, não há; escolas fechadas!
O
mais grave ainda, como se incluiu mais um ano no Ensino Fundamental - pasmem os
senhores! - há criança que passou para a 2ª Série, foi à escola e voltou feliz
da vida: “Estou na 3ª!” Sabem disso? Quer dizer que passou para a 2ª, e a
escola diz: “Como vai haver mais um ano, ele vai para a 3ª”. Outro aluno passou
para 5ª e está na 6ª. Isso não pode acontecer! É falta de controle, é falta de
quê? De fiscalização, de inspeção nas escolas! E o Rio Grande do Sul aqui tem o
seguinte: com o Antônio Britto, a Secretária anulou a inspeção, não permitiu
que entrassem nas escolas. E com o PT, Ver. Todeschini, fizeram mais, pegaram
os Supervisores e os Inspetores e mandaram para a escola, porque não queriam
fiscalização nem controle. Então, nós estamos vivendo um momento de caos, e as
crianças é quem sofrem as conseqüências.
Eu
faço um apelo aqui, para que esta Casa tome as providências. Nós não podemos só
ficar gritando: é a Saúde; é Educação; e só vivermos uma Administração de mídia
eletrônica. Fotografias, jornais e matéria paga não nos interessam, nós
queremos a vaga para as crianças assim como queremos saúde para o cidadão.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu venho a esta tribuna falar do momento de glória de ontem, o momento de muita
emoção com a inauguração do Conduto Forçado Álvaro Chaves. Havia muitos
Vereadores lá: Ver. Ervino, Ver. Mauro Zacher, Ver. Bernardino, Ver. Mario
Fraga e, o meu Líder, Ver. Dr. Goulart. O mais importante de tudo foi aquele
povo todo lá; o comércio. O Prefeito Fogaça que teve a grandeza de visitar o
comércio da redondeza, loja por loja.
E
eu fiquei admirado com a tranqüilidade que o Prefeito Fogaça manteve visitando
o comércio, e muita gente o recebia de braços abertos, Ver. Bernardino.
Havia
lojas que estavam esperando para brindar com doces, champagne este competente
Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça.
Ali,
naquela obra, há um monte de dinheiro “enterrado”. E quem passa por ali não vê
o monte de dinheiro que está “enterrado” no chão. Mas o Prefeito tem moral,
pois colocou tanto dinheiro ali, “enterrado”, isto é sinal de que ele pensa na
Cidade.
E
agora, Professor Garcia, não é preciso mais de jet ski naquela região da
Goethe. V. Exª, que sempre falou nisso... Agora, o jet ski desapareceu
com essa obra fantástica que esta Administração vem fazendo. Os Secretários
também estavam lá, Vereadores, e a comunidade porto-alegrense está de parabéns;
não só o Prefeito e os Secretários estão de parabéns, mas o povo, o comércio de
Porto Alegre estão de parabéns.
Foi
um trabalho bonito que o Prefeito desempenhou, “enterrando” mais de 51 milhões
de reais lá.
Então,
Professor Garcia, muita gente diz que não faz esse tipo de obra, porque não dá
voto. Já ouvimos muito falar nisso. Eu era leigo na política, e nem sonhava em
ser candidato há alguns anos, mas concordo que não dá votos o cara fazer buraco
no chão, mas dá uma tranqüilidade na Cidade em ver as pessoas felizes,
encontrando o Prefeito, os Secretários, os Vereadores, todo o mundo ali. Ontem
aconteceu um momento de glória, um momento de grande satisfação da comunidade,
devido a essa obra magnífica que o Prefeito Fogaça concluiu.
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: Não,
Ver. Todeschini, vocês estiveram lá por 16 anos e poderiam ter feito. Mas quem
fez foi o Prefeito Fogaça.
Mas,
eu quero dizer, Ver. Todeschini, que não interessa quem fez, interessa é que a
comunidade, o povo de Porto Alegre está de parabéns; isso é o que interessa, e,
para nós, que somos representantes deles, isso é muito importante, pois
sabíamos que aquele comércio estava literalmente padecendo, e agora eles
voltaram a sorrir, e, mais ainda, demonstraram toda a grandeza, ontem, porque
em todo o tempo acompanharam juntos. Eu nunca tinha visto uma obra tão
comemorada pelo comércio, pelos moradores, pelos vizinhos, pelas associações,
todos comemorando! A gente sabe da dificuldade que eles passaram ali, muitas
dificuldades.
Então,
para concluir, Vereador-Presidente, quero dizer para V. Exª, que também estava
presente lá, que esta Casa está de parabéns; o Prefeito Fogaça, todo mundo está
de parabéns em Porto Alegre. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Apregôo o Requerimento que solicita Licença para Tratamento de Saúde do Ver.
Carlos Todeschini, retroativo ao dia 17 de março de 2008.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente da nossa Câmara de Vereadores, Ver. Sebastião Melo; nobres
colegas Vereadoras, Vereadores, em nome da Liderança do Democratas, quero
somar-me às palavras do colega Brasinha, quanto a esta obra magnífica
inaugurada em Porto Alegre. Quando se inaugura uma obra, sempre é motivo de
festa, sempre é motivo de mais esperança na realização do nosso povo. O
problema, depois, é pagar essas obras, porque a gente faz empréstimos e mais
empréstimos. Só com empréstimos podemos fazer obras, mas é o que nós podemos
fazer e é o que temos que fazer.
Estivemos
também, Sr. Presidente, hoje, ao sol do meio-dia, assistindo à posse do
Vice-Governador, por 17 dias, como Governador do Estado do Rio Grande do Sul.
Assistimos a dois fatos comoventes, nessa transmissão temporária de cargo, uma
em que a Governadora saudava a união do Estado do Rio Grande do Sul, passando,
pela vez primeira, a titularidade do cargo de Governadora ao seu Vice, para que
ela pudesse ir ao encontro das soluções dos problemas do Rio Grande do Sul, em
busca de outras fronteiras para buscar recursos para o nosso Estado. E, no
momento que a Governadora falou que era saudável essa união, houve uma calorosa
e persistente salva de palmas de todos os presentes. O segundo ato comovente
também foi quando o Vice-Governador, ainda sentindo as emoções da perda da sua
filha, com a voz embargada, dizia da sua honra, da sua perspectiva de tocar o
Estado conforme as determinações da Governadora e do Governo do Estado do Rio
Grande do Sul. Este dia 19 para o nosso Estado representa uma coisa importante,
porque nos foi demonstrado que a união é possível, mesmo em situações em que as
partes que estão se unindo tenham as suas convicções e permaneçam com elas.
Isso foi o que aconteceu com a nossa Governadora e o Vice-Governador, em que o
Partido Democratas assume o Governo, por intermédio do seu Vice, não abrindo
mão das suas convicções, e a Governadora passando o cargo, agora, pela primeira
vez, também não abrindo mão de suas convicções, e quem tem a ganhar é o Estado,
e quem tem a ganhar é a política.
Voltando
a falar sobre as convicções, 95% dos projetos legislativos feitos pelo
Executivo os Democratas aprovaram, e 5% não; esses 5% referem-se a projetos com
os quais o Partido não comunga, como aumentos de impostos e encargos ao
trabalhador brasileiro. Portanto, o Estado todo está de parabéns, e quem pode
ganhar é a nossa comunidade. Mas, ouvindo aqui os meus colegas falarem, a Verª
Maristela Maffei e também a Verª Neuza Canabarro, a Verª Maristela abordou o tema
pesaroso da Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul, pois a cada dia
crescem, crescem e crescem mais os homicídios, os roubos e os assaltos, porque
eu acho que todos nós aqui já fomos vítimas, na nossa Cidade, de roubos e
assaltos. Também a nossa Educação é precária, a nossa Saúde é precaríssima, e
eu quero dizer das razões, porque não é concebível que 20% apenas do efetivo da
Brigada Militar esteja disponível para fazer o patrulhamento das ruas. O que se
vê em Porto Alegre, hoje, Ver. Todeschini, é tudo menos a nossa Polícia
cuidando das vidas dos seus munícipes.
E
eu trago aqui uma estatística em que nos é demonstrado o porquê desse caos
nessas áreas. Na Segurança Pública, os Estados falidos, os Municípios falidos
têm a maior obrigação, o maior dispêndio com a Segurança Pública, e não têm
como não ser, pois, se não fizermos o Ministério da Segurança Pública - nós
gostamos de fazer tantos Ministérios -, não vamos conseguir resolver os
problemas da nossa Segurança Pública de hoje. Da mesma forma, a Saúde e a
Educação. Nos últimos dez anos, Verª Neuza, a Educação baixou de 8% para 6% na
participação dos gastos sociais do Governo; a Saúde baixou de 16%, Ver. Raul,
para 11%. Nessas áreas em que nós mais precisamos investir, estamos investindo
menos; em detrimento delas, estamos avançando em outras. Temos a Assistência
Social, que é o Bolsa Família - que é justo -, e a Previdência Social, que está
pagando um salário mínimo para todos os aposentados.
Era esse, Sr. Presidente, o nosso recado de hoje, e
desejamos uma feliz Páscoa para todos nós; que voltemos com mais vontade, com
mais brilho em prol da nossa comunidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Queremos
saudar a presença, nesta Casa, do empresário Sérgio Goldsztein, entre tantos
visitantes. Bem-vindo à nossa Casa, Dr. Sérgio.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente; colegas
Vereadoras, Vereadores; agradeço à Líder de nossa Bancada, Verª Margarete
Moraes, por me colocar na posição de aqui levantar algumas questões importantes
para a Cidade e para o seu futuro. Acho um tanto quanto estranho que essa
história do Vice-Governador, depois de quase um ano e meio, assumir o Governo
do Estado, vire uma grande notícia. Isto é o natural das coisas: o Vice assumir
no lugar do titular. Foi o que aconteceu com o Fogaça; assumiu o Eliseu, e, na
impossibilidade de ele assumir, assumiu o Presidente da Câmara. Isso é algo
extremamente natural, dinâmico, não pode ser algo conflituoso, porque essa é a
razão de ser e de se eleger um Vice para substituir um titular na sua ausência.
Então, “devagar com o andor”, isso aí é pirotecnia pura e simples.
Sobre
o Conduto Forçado Álvaro Chaves, ainda bem que o Prefeito reconheceu que os
financiamentos foram organizados e captados pela Administração petista, como
também os projetos de engenharia estavam todos prontos. Agora, nenhuma
autocrítica por mil dias para uma obra; mil dias de uma obra, devagar, também.
Vamos dar a autoria, porque ainda existe direito autoral em validade.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza.)
O
SR. ADELI SELL: E não
adianta gritar! Cada um tem um Tempo de Liderança aqui, fala o que quiser na
sua hora, porque é um direito dos Vereadores. Agora, ninguém muda a história. A
história não pode ser mudada, porque os contratos estão aí com data e as
assinaturas devidas. Nem o Brasinha, que fez os elogios ao seu Governo,
questionou o papel importante que teve a Administração petista nesse percurso.
O
que nós achamos que devemos cobrar, aqui, meu caro Ver. Dr. Goulart, é o
problema da falta que faz tudo, absolutamente tudo, na área da Saúde. Sei que
V. Exª tem preocupações nesta área.
Nós
temos a situação do pessoal dos PSFs. Um contracheque fala “estágio”. Achei
isso muito estranho; estou fazendo um Pedido de Informações, quero explicação
sobre isso. Qual é a garantia de trabalho que essas pessoas têm? Toda essa
alaúza que foi feita... A Sollus iria resolver todos os problemas, e me parece que
houve agudização dos problemas, que nós temos problemas a serem resolvidos, que
demoram, e nós temos carências brutais no fornecimento de remédios.
Ademais,
eu esperaria que o Sr. Prefeito Municipal também saísse do seu gabinete, como
fez ontem, Brasinha, subisse a ladeira e fosse falar com a Governadora - agora
com o Vice-Governador -, solicitando o dinheiro que o Estado deve na área da
Saúde.
E
eu quero lembrar que o Governo Federal tem mantido quatro hospitais do Grupo
Hospitalar Conceição, mais o Hospital de Clínicas, que é um hospital-escola;
tem mandado regularmente dinheiro para Porto Alegre, e não é quantia pequena,
mas, se a Administração Municipal, o seu gestor, se o pessoal do Pronto Socorro
não fez os projetos na hora e perdeu, atrasou o dinheiro do QualiSUS, como
atrasou o dinheiro do QualiSUS do Postão, já não é um problema do Governo
Federal. O dinheiro está lá, em conta específica do QualiSUS.
Então,
Ver. Professor Garcia, o seu Governo tem problema de gestão, precisa se
agilizar, precisa fazer a coisa certa.
Para
concluir, Ver. João Dib, é bom também ouvir, porque eu sempre ouço V. Exª O
senhor, que sabe lidar com números, sabe disso, porque os números não mentem.
Nós
temos a entrada no Orçamento, nós temos o dinheiro que vem do Governo Federal,
e o dinheiro que não vem do Governo do Estado. Nós temos gastos com
terceirizações altamente questionáveis, com consultorias, com assessorias, com
engorde de horas extras para os CCs - e cortam as horas extras da Guarda
Municipal, dos guarda-parques. Vejam, os guarda-parques não receberam, Ver.
Bernardino, as horas extras feitas no Acampamento Farroupilha em 2005, 2006 e
2007. Inclusive, a V. Exª, que é da base do Governo, peço ajuda para pagar as
contas para os guarda-parques, porque eles vão trabalhar de novo, de manhã, de
tarde, de noite, de madrugada e no fim de semana no Acampamento Farroupilha.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Solicito ao Sr. Vice-Presidente que assuma a presidência dos trabalhos.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o projeto do
Conduto Forçado Álvaro Chaves foi totalmente realizado no Governo Fogaça. O
projeto iniciou no Governo anterior, mas a totalidade, a captação dos recursos
e o implemento da obra foi totalmente do Governo Fogaça, começando em 2005 e
terminando agora.
Mas
nós poderíamos falar do projeto original, que previa o corte de quase 500
árvores na Rua Marquês do Pombal, mas o Prefeito foi sensível às reivindicações
comunitárias e alterou profundamente a obra para aceitar essas reivindicações.
Queremos dizer que este projeto, que é um projeto da Cidade, sem sombra de
dúvida é a maior obra de drenagem dos últimos 50 anos, e teve um investimento
de 59 milhões de dólares. Esperamos que ele venha a colocar fim... (Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.) Obrigado, Ver. Guilherme, pela
correção, são 59 milhões de reais; agradeço pela correção, realmente são 59
milhões de reais. Mas esperamos que ele venha a colocar fim àquela questão que
a cada chuva forte em Porto Alegre, no outro dia estava estampado nas páginas
dos jornais da nossa Cidade aquele personagem - e quero encontrá-lo, como tenho
dito aqui -, um jovem, adolescente, que disse que andava de jet ski na
Av. Goethe. Eu acho que é importante encontrarmos este rapaz, porque ele foi um
símbolo do protesto silencioso, irônico, sarcástico, mas que mostrava o
problema de várias décadas daquela região.
Ontem, por ocasião da inauguração da obra - e o
Ver. Brasinha já falou no assunto, com propriedade -, realmente a população
estava muito contente. E o Prefeito, ao mesmo tempo, fez questão de pedir
desculpas pelos transtornos viários, por tudo aquilo que a obra causou durante
este tempo, mas disse que estava entregando à Cidade uma cara diferente. E os
comerciantes do entorno, todos, agradeceram; eles foram pacenciosos, e o
Prefeito agradeceu, porque, em determinado momento, eles também perderam receita.
É importante - e o Ver. Dib é o novo Ouvidor da
Casa - saber ouvir, entender os anseios da comunidade e fazer essa parceria.
Por isso, ontem, mais do que nunca, foi um dia de júbilo, não para o Prefeito
Fogaça especificamente, mas para a cidade de Porto Alegre, que, volto a dizer,
viu concluída a maior obra de drenagem urbana dos últimos 50 anos.
Não só os comerciantes, mas a população do entorno
está agradecida, mostrando que a Cidade, a partir daquele momento, estava
limpa, porque eles colocaram que a cada enxurrada, além do alagamento que
acontecia, ficava durante vários dias a lama, o barro, e que isso também trazia
todo um transtorno para a comunidade, pois é uma obra que envolve mais de 150
mil habitantes do Município de Porto Alegre e daquela região. O Prefeito,
ontem, já anunciou que ela não vai parar, porque termina na Av. São Pedro, mas
vai continuar ainda com esta obra de drenagem no 4º Distrito, porque é uma
visão moderna.
O que nós queremos salientar - e essa foi uma
preocupação do Governo Fogaça desde o início - é que aquilo que está bom
continua, e aquilo que não está bom vai melhorar.
Que bom que foi mudada a legislação, porque, antes,
os Prefeitos assumiam compromissos, e o próximo não tinha nenhum compromisso de
continuidade; não, hoje essa inter-relação com a Cidade faz com que cada
gestor, ao assumir, possa dar continuidade e também implementar da sua forma.
Mas, Ver. Adeli Sell, eu gostaria de dizer que
Porto Alegre tem gestão, sim, e que tem um grande gestor, chamado Prefeito José
Fogaça. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. Professor Garcia.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Claudio Sebenelo, presidindo
os trabalhos; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras;
senhoras e senhores, nós, do PSDB, também queremos falar um pouco sobre as
obras do Conduto Forçado Álvaro Chaves, que ora terminaram. Também é vitória
desta Casa, Ver. João Dib, porque muitas e muitas vezes se discutiu nesta Casa
sobre o assunto; muitas e muitas vezes recebemos aqueles moradores, todos
apavorados com a situação de alagamento a cada pequena chuva que ocorria aqui
em Porto Alegre. É claro que não é a única região da Cidade a alagar, mas era o
maior problema de alagamentos que tínhamos aqui na Cidade, com toda a certeza.
E não é um alagamento só da Av. Goethe. Não, não se resolve só o problema da
Av. Goethe; os alagamentos, na verdade, desciam a encosta e acabavam também lá
na Av. Voluntários da Pátria. Então, aquela região também deve ser, de alguma
forma, beneficiada com o Conduto Forçado Álvaro Chaves.
É
claro que, a essa altura dos acontecimentos, Presidente, o que se discute é:
olha, foi gestada, foi pensada na época de um determinado Governo, mas foi
realizada agora. O importante para todos nós é que a obra foi feita, porque o
Executivo, Dr. Raul, está aí para realizar obras. O Executivo não está aí
apenas para sugerir obras. Quem sugere obras somos nós da Câmara Municipal. Nós
é que devemos sugerir através de projetos de lei ou através de Pedidos de
Providências; mas nós é que devemos fazer sugestões. O Executivo está para
executar. Então, com toda a certeza, nós temos que cumprimentar a Administração
atual, porque soube buscar os recursos necessários e soube, realmente, conduzir
todas as obras a fim de que o prejuízo causado fosse o menor possível,
principalmente para os comerciantes daquela região.
Nós recebemos, em nosso gabinete, pessoas que
moravam na zona de alagamento e que queriam cobrar indenizações do Município,
porque as suas casas estavam, praticamente, destroçadas. Os móveis estavam
imprestáveis após cada alagamento. Isso tudo acabou, isso tudo terminou! Mas é
claro, fica o drama dessas pessoas, um drama que, com toda certeza, marcou um
pouco dessa força que cada um dos homens que executou esse trabalho, teve para
que as obras pudessem ficar prontas.
Assim como foi feito o Conduto Forçado Álvaro
Chaves, nós temos outros pontos da Cidade que também merecem atenção. Lá no
Partenon, onde eu moro, é claro, os problemas podem não ser tão graves, mas ali
na região da Av. Santana, nós continuamos tendo alagamentos muito sérios que
ainda não foram resolvidos. A região, ali, perto do Internacional, Ver. Eloi
Guimarães, quando chove alaga. Perto do Grêmio, bem próximo à Av. José de
Alencar, nós temos ali grandes alagamentos quando chove. Nenhum problema do
tamanho como esse que foi resolvido, o dos alagamentos da Av. Goethe. Mas são,
também, problemas sérios que não podem, de forma nenhuma, deixar a
Administração tranqüila - e eu tenho certeza de que a Administração não está
tranqüila -, dizendo assim: os problemas dos alagamentos da Cidade já foram
resolvidos. Não. Um dos problemas ou alguns problemas foram resolvidos, mas
ainda temos grandes problemas para serem resolvidos nas questões dos
alagamentos.
Eu lembro do bairro São Geraldo, Ver. João Dib,
quando nós tínhamos lá aqueles alagamentos terríveis, e vinha aqui uma Diretora
de uma daquelas escolas lá do Bairro São Geraldo, uma senhora ligada à Igreja
Católica, a Irmã Angélica, que vinha aqui e dizia para nós que era
insustentável aquela situação. E aí quando os técnicos da Prefeitura foram ver
o que significava aquela situação trágica lá no bairro São Geraldo, era apenas
uma questão de um trabalho que os técnicos da Prefeitura tinham de fazer,
porque, afinal de contas, todo aquele esgoto estava obstruído e fazia mais de
dez anos que a Prefeitura não fazia uma limpeza naquela rede de esgoto. Então,
há muita coisa, realmente, que pode ser feita na Cidade, que não custa, assim,
tanto dinheiro. É apenas uma questão de se organizar um pouco o trabalho, para
que, realmente, as coisas possam acontecer.
Eu acho que essa gestão Fogaça está no caminho
certo, Ver. Claudio Sebenelo. Acho que nesta questão, por exemplo, já foi
vencido o primeiro round. É claro, que nós vamos ter ainda outros tantos
rounds. Mas eu gostaria de ver, por exemplo, aquelas equipes que havia
no passado, Ver. João Antonio Dib - eu acho que na Prefeitura de V. Exª ainda
havia -, equipes que, sistematicamente, costumeiramente, faziam a limpeza das
bocas-de-lobo, que não deixavam as redes entupirem com tanta freqüência, como
acontece nos dias atuais. Acho que estas equipes da Prefeitura devem ser
repostas, devem ser incentivadas para que esse trabalho possa voltar a ser
feito, tão bem-feito, como foi no passado. É claro que a rede, hoje, é muito
maior do que a rede daquele tempo. Mas é possível se fazer, realmente, um
trabalho maior de verificação e de limpeza para que, nos dias de chuva, nós não
tenhamos problemas de calamidade pública, como nós tivemos nos dias, não tão no
passado, que estão na nossa memória, mas que começam a ser corrigidos com essa
obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos à
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, vários Vereadores falaram do Conduto Forçado
Álvaro Chaves e, como eu disse, os Anais da Casa, amanhã, contam a nossa
história. O Conduto Forçado Álvaro Chaves foi feito nas Administrações Villela
e, agora, Fogaça. Tanto que o nome Álvaro Chaves se deve ao fato de a
Administração Villela ter aberto a Rua Álvaro Chaves, e se aqueles que se
espantaram com a canalização na Rua Bordini, espantariam-se muito mais com o
Conduto Forçado Álvaro Chaves.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
João Dib, pensei que V. Exª ia fazer um Requerimento.
Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, especialmente às Lideranças, queria
dizer que a nossa Reunião de Mesa e Lideranças, em razão de a próxima
sexta-feira ser da Paixão, está sendo transferida para segunda-feira, com
reunião de Mesa às 10 horas; e, às 11 horas, a reunião de Mesa e Lideranças,
excepcionalmente. Depois volta a ser às sextas-feiras.
O SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente, só gostaria de ponderar a V. Exª que está
havendo superposição de diversos eventos, inaugurações, uma série de coisas que
estão, de certa maneira, prejudicando o andamento de outras questões
importantes. Cito, por exemplo, o evento no Mercado Público, no qual gostaria
de ir, que ocorreu exatamente no mesmo dia e hora da reunião da Comissão
Especial do Plano Diretor. Agora, uma reunião de Mesa Diretora e Lideranças
exatamente no mesmo dia e hora de outra reunião da Comissão Especial do Plano
Diretor. Eu sou Liderança e participo da Comissão Especial do Plano Diretor.
Sei que essa reunião será em horário excepcional, mas gostaria de ponderar a V.
Exa que, para as próximas inaugurações, fosse observada a agenda de eventos
para que não haja, se possível, coincidências de horários. O evento do Mercado
Público foi importante para a Câmara, para nós.
Gostaria até de informar a V. Exª que o
telefone da Ouvidoria tem o prefixo 226, e V. Exª sabe por quê? Porque foi este
Vereador, quando Presidente, no ano de 1999, que o escolheu, quando a Cidade
fazia 226 anos. Por isso ficou 226. Então, gostaria de estar presente lá, mas
vamos evitar mais coincidências.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Nereu D’Avila, esta Presidência levará em consideração a sua manifestação. Peço
que nossa Assessora de Relações Públicas atente para isso. Se houver um acordo
de Lideranças para que a reunião não ocorra às 11 horas e, sim, ao meio-dia,
esta Presidência o acatará. Solicito que apenas me comuniquem.
Estão
suspensos os trabalhos desta Sessão para uma Reunião Conjunta das Comissões,
para a análise do Parecer ao PR nº 087/07.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h02min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 15h17min): Estão
reabertos os trabalhos.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1190/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/07, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que institui, no
Município de Porto Alegre, a Feira de Artesanato, Artes Culinárias e Economia
Solidária – Feira do Partenon -, determina substituição anual de seus
expositores, na ordem de 15% (quinze por cento) do total de boxes existentes,
institui e determina a formação de sua Comissão Administrativa e dá outras
providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 12-03-08.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão
o PLL nº 024/07. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir o PLL nº 024/07.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, inicialmente queria também
frisar aqui, como frisou, no início da nossa Sessão, o Ver. João Antonio Dib,
quando disse que hoje é o Dia de São José, mas também o Dia do Artesão. O
artesão faz da arte, da capacidade de suas mãos o sustento da sua família, e
sabemos que, neste Dia do Artesão, tão importante, nada como dar uma
sinalização positiva sobre este trabalho que se desenvolve na cidade de Porto
Alegre. Essa Feira, por mais simples que seja, é mais um espaço que vai
constituir a possibilidade, Ver. Nereu, principalmente daquele pessoal,
daquelas senhoras de terceira idade que faziam exposição no Terminal Alameda e
que, por ele ter fechado, ficaram sem o local para essa exposição. Uma vez
discutido com elas mesmas e com as entidades locais, como das igrejas São Judas
e São José do Murialdo, foi então discutido e viabilizado este pequeno Projeto,
que vai criar um espaço para o artesão ali, próximo do supermercado Carrefour,
Ver. Luiz Braz.
Então, é importante que esse espaço, uma vez já com
as bancas consolidadas, com o público consolidado, nós também apresentamos
essas duas Emendas, para não
criar empecilhos ao Governo Municipal, e que possa ser constituída como as
demais feiras da Cidade. Por essa razão, nós estamos aqui, possibilitando que
os Vereadores de Porto Alegre possam sinalizar, como um gesto positivo, um
gesto humanitário, a criação de mais um pequeno espaço para este dia tão
importante, que é o Dia do Artesão.
Nós
sabemos que, na cidade de Porto Alegre, existem mais de 10 mil artesãos. Por
mais espaços que nós criemos, não conseguiremos atender a toda a demanda, toda
a necessidade desse povo que, por sua vez, faz, por meio de sua arte e de sua
cultura, como falei, o sustento de suas famílias.
Então,
quero chamar aqui os Vereadores à sensibilidade para poder viabilizar esse
espaço, para podermos criar, de fato, mais um espaço institucional no bairro
Partenon, coisa que ainda não existe. E, na maior parte dos bairros, já existe
um espaço, vamos dizer assim, criado, definido para a comunidade ir lá e expor
a sua arte, a sua cultura. E aqui, especificamente, quem não conhece onde fica
o supermercado Carrefour? Quem não conhece onde fica a Igreja São José de
Murialdo, a Igreja São Judas, a Igreja São Jorge? Toda essa região da grande
Partenon estava reclamando, em função do fechamento do Terminal Alameda - já
que ali se constituía uma feira; e, em função de o Governo Municipal,
infelizmente, ter fechado aquele espaço, ter deslocado a feira de
hortigranjeiros, inclusive, que está na rua, e que pede para retornar - o que
também acabou prejudicando os artesãos e as artesãs que ali estavam e que são,
na grande maioria, da terceira idade.
Então,
nós temos que ter consciência de que o Governo Municipal não pode se opor a
esses pequenos espaços que, de fato, são criados para poder atender à demanda
dessa região que é humanitária, que é de inclusão social. Às vezes, nós vamos
lá no Brique da Redenção, seja no sábado ou no domingo, e, se nós conversarmos
com as entidades que ali representam os artesãos, vamos ver que existem ali
centenas na fila para esperar a desistência de alguém para poder expor o seu
trabalho.
Nós
temos que ter um compromisso, não só aqui, como em todo o Estado, como em todo
o País. Se vocês observarem, colegas Vereadores, no jornal de hoje, do
Sindicato, diz que são mais de oito milhões de artesãos em todo o País. Aqui,
no Estado, são mais de 30 mil, e, somente em Porto Alegre, são mais de dez mil
artesãos. E, vejam só! Na medida em que o cidadão, a cidadã vai se aposentando,
e o seu salário não suporta o sustento de sua família, ele passa a ser, de uma
certa forma, mais criativo e elabora uma outra forma de poder viabilizar o
sustento da família. E o artesanato hoje é, sim, mais um mecanismo de sustento
às suas famílias. Por isso, peço o apoio, a gentileza, e um prêmio, é claro, um
presente para o Dia do Artesão, no dia de hoje, aprovando mais essa feira, por
mais simples que seja, mas é um gesto de grandeza desta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 024/07.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
há poucos momentos, eu fiz questão de fazer um registro a respeito do Conduto
Forçado Álvaro Chaves, cuja obra foi executada pelo Prefeito Villela, no seu
início, depois, pelo Prefeito Fogaça, mas o Vereador me alertou de que o
contrato foi assinado cinco dias antes de o Prefeito Verle deixar a Prefeitura.
É
importante fazer registros da história da Cidade. Vejam V. Exas que eu tenho o jornal Zero Hora na minha
mão, na coluna Há 30 anos em ZH, diz o seguinte (Lê.): “Será inaugurado hoje,
às 11 horas, o Brique da Redenção. E como a data é comemorativa, além das
antiguidades à venda nas bancas, o público poderá ver vários dos expositores
especialmente vestidos com trajes da década de 1930. O Prefeito Guilherme
Villela presidirá a cerimônia”. Portanto, um ponto de encontro da Cidade é o
Brique da Redenção, e foi feito na Administração Guilherme Socias Villela. E
como foi feito? Por um Projeto de Vereador? Não! Apesar de o Secretário de
Indústria e Comércio, na oportunidade, ser Vereador, não foi feito por um
Vereador; foi proposto pelo Secretário Reginaldo da Luz Pujol, apoiado pelo
Prefeito Villela, que compareceu à solenidade; é uma iniciativa do Prefeito. E
eu acho que, já que nós assinamos um documento com o Prefeito, hoje, para
diminuir o número de Leis nesta Cidade, que se faça aí um Pedido de
Providências para que o Executivo estude a viabilidade de fazer esse tipo de
coisa. É muito bom proteger os artesãos, e diz o meu amigo Oliboni que hoje é o
Dia de São José e o Dia de São José seria o Dia do Artesão; para mim é o Dia de
José Loureiro da Silva, que faria 106 anos.
Portanto,
eu acho que nós deveríamos transformar isso em um Pedido de Providências, para,
depois, não ter que discutir o Veto, em que o Prefeito vai dizer: “O art. 94 da
Lei Orgânica diz que o Prefeito disporá sobre os bens do Município”. O passeio
público é meio problemático; nós já temos problemas na utilização do passeio
público.
Então,
acho que, lamentavelmente, o meu voto é contra. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 024/07.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, dia 19 de março; Viva
o Dia do Artesão! Pessoas laboriosas que trabalham, que baixam a cabeça, que
labutam, muitas vezes à noite, fazendo um belo trabalho, como estamos vendo
hoje, aqui, no primeiro piso, no andar térreo desta Casa. E como isso é
importante - e já foi salientado pelo Ver. Oliboni - na questão da geração de
trabalho e de renda!
Não
tem desculpa, esse negócio, Ver. Dib, porque nesses três anos e poucos meses
desta Legislatura, durante a gestão José Fogaça, de que adianta, Ver. Dib,
fazer Pedido de Providências? Eu vi: nada! Muito bem, Verª Maristela
Meneghetti, nada. Eu fico impressionado, pois vi Vereadores da base do Governo,
fazendo, num dia, 157 Pedidos de Providências. Na semana passada, eu defendi um
Projeto meu, porque eu já fiz o Pedido de Providências, e ainda houve, na
imprensa, motivo para fazer piadinha, e fizeram uma alaúza.
O
problema é que não se acompanha esta Cidade. Abre-se o jornal, e a Porto Alegre
que aparece no jornal não é a mesma em que as pessoas têm dificuldade em fazer
artesanato. Não é a dificuldade de as pessoas não terem pontos de venda. É a
dificuldades para fazer uma feira dentro do Mercado Público, com 440 metros
quadrados, que, muitas vezes, fica devoluto. Para que coibir o artesanato no
fim da linha do Alameda, onde, às quartas-feiras inclusive tem uma feira de
hortifruti. Vamos dar uma olhada nesta Porto Alegre real, nesta Porto Alegre do
artesão, que luta, que trabalha; esta não existe na mídia local, mas ela é
real. E tudo bem.
É
bom, Ver. Oliboni, porque as pessoas hoje aqui vão votar a favor ou contra o
Dia do Artesão; vamos saber se estão do lado do povo que trabalha, que labuta,
que faz feira.
Nós
aprovamos aqui - eu era Secretário, o Ver. Pestana, nosso colega do PT, era do
DEMHAB e fez um Projeto que eu articulei, na época, com a SMIC e com a SMAM -
um Projeto, e mandamos até uma proposta de regulamentação quando eu voltei para
a Câmara. A SMIC é favorável, mas a SMAM é contra. Enquanto isso, naquele lugar
proposto, no areião, ali no Parque Marinha, onde não tem uma folha, a não ser
folha seca, não tem uma árvore, não tem um verde, é um descampado, não tem
nada, poderia ter uma pequena feira, pessoas podiam estar ali trabalhando.
Por
isso que eu não me canso de percorrer as feiras de Porto Alegre: começamos no
Caminho dos Antiquários, da gestão do PT, destas sim eu posso dizer que houve
continuidade, muitas coisas não tiveram continuidade, até pioraram nesta
gestão; o Caminho dos Antiquários, eu confesso, reconheço, porque eu sou da
oposição, mas não nego e não escondo o que os outros fazem de bom, e eu espero
que de bom, hoje, nós possamos aprovar este Projeto, regulamentá-lo e colocá-lo
imediatamente como uma feira lá no Partenon; o Partenon merece e nós somos
favoráveis. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido
o Ver. Carlos Todeschini a assumir os trabalhos da presente Sessão.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 024/07.
(O
Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Carlos Todeschini, presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu acho que o problema a ser discutido não é
se somos contra ou a favor da feira lá no Partenon; eu, como morador da Região,
sou a favor. O que nós temos de discutir, sim, enquanto Vereadores,
Legisladores do Município, é se nós podemos fazer uma lei, criando uma feira? E
aí, não precisamos de muito esforço para abrir a Lei Orgânica do Município e
irmos lá para o art. 94 da Lei Orgânica do Município. E lá no artigo 94, meu
amigo Elói Guimarães, V. Exª que é um Procurador deste Município, no artigo 94
está escrito em letras garrafais para quem quiser ler que os atos
administrativos - e este é um ato administrativo, é a criação de uma feira -
são de exclusiva competência do Prefeito Municipal.
Eu
sei inclusive, Ver. Oliboni, que em outras oportunidades esta Casa já discutiu
a criação de feiras de forma equivocada.
Hoje
pela manhã, alguns Vereadores participaram, e eu também participei, de um ato
entre esta Casa e a Prefeitura Municipal - estava presente o Presidente da
Casa, Ver. Sebastião Melo, estava presente o Prefeito Municipal, o Sr. José
Fogaça, onde nós assinamos um convênio para fazer uma revisão, uma triagem nas
legislações que não são cumpridas por vários motivos, e que, por isso mesmo,
nós precisamos realmente dar um jeito nelas. Ou extirparmos completamente do
arcabouço Legislativo do Município de Porto Alegre, ou tentamos de alguma forma
encontrar um meio de regulamentar essas matérias para que elas possam ganhar
vida. Agora, se nós estamos fazendo isso para podermos simplificar a Legislação
que existe em Porto Alegre, para que ela se torne mais coerente, mais ao
alcance do cidadão comum, por que nós vamos criar mais um artifício, mais uma
lei que não é da nossa competência? Ora, se nós estamos assinando um convênio
com a Prefeitura Municipal para fazer essa revisão, então nós temos de ter um
convênio com todos os Vereadores, para que nós aqui possamos, de todas as
formas, banirmos a possibilidade de legislarmos fora da nossa competência.
O
Sr. Aldacir Oliboni: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Luiz Braz, sei que
muitas coisas acontecem por vontade política, e esta Casa, realmente, aprovou muitas feiras
na nossa Cidade. Por que não atender à solicitação da comunidade que, por sua vez,
já estava com essa feira no Terminal Alameda, que fechou? Elas mesmas
solicitaram um espaço, e sugeriram que o espaço fosse próximo ao Carrefour; o
que estamos atendendo, Ver. Luiz Braz, é a uma demanda da comunidade que ali...
O SR. LUIZ BRAZ: Só para aproveitar um pouquinho
o meu tempo, Vereador, quero terminar. V. Exª reconhece que esta não é uma
competência da Câmara; nós não podemos criar uma legislação que estabeleça uma
feira em determinado lugar, porque senão... Olha, se cada Vereador aqui da Casa
procurar um lugar na Cidade para poder colocar uma feira, vai virar uma
balbúrdia! Porque, aí, vou aprovar o seu Projeto, porque acho bom; V. Exª vai
aprovar o meu também; o Ver. Brasinha vai colocar uma feira lá na Zona Norte.
Então, vamos ficar com feiras em todos os cantos.
Acho que não podemos fazer isso; o que temos que
fazer é uma crítica, Ver. Garcia - V. Exª que é Líder do Governo aqui na Casa
-, à fiscalização do Município. A feira de artesanato ali da Redenção está com
a grande maioria dos lugares, ou boa parte daqueles lugares da feira de
artesanato, sendo ocupada por artesãos argentinos, chilenos, paraguaios, e
menos por pessoas que são vinculadas à arte de Porto Alegre. Então, estamos
criando feira para quê? Para que os argentinos, para que os paraguaios, para
que os chilenos exibam aqui a sua arte? Nada contra eles, mas acredito que, em
primeiro, lugar temos que defender o artesão local, o nosso artesão, aquele que
está em Porto Alegre. Ver. Elói, se nós realmente tirássemos todos os artesãos
que não são de Porto Alegre, ali do Bom Fim, olha, sobraria espaço para os
nossos artesãos à beça.
Faço uma crítica à Administração e à fiscalização,
porque acho que está havendo falha nisso. Mas não vamos fazer mais uma lei fora
da competência da Câmara Municipal.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 024/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Carlos
Todeschini, senhores e senhoras, quando o Vereador toma a iniciativa de fazer
uma lei desse teor, é porque uma lacuna existe, e eu queria acrescentar que um
desrespeito existe. Esses dias, em reunião no Morro da Polícia, as senhoras que
estão se organizando para achar uma forma de renda, para sobreviver neste mundo
que está tão difícil, diziam: “O nosso Terminal Alameda, onde tinha uma feira
importante, onde todas nós podíamos produzir algo, que acolhia um espaço de
feira, de troca, foi fechado, está sendo reformado para ser um estacionamento
das máquinas do DMLU”. Eu não sei se isso corresponde à realidade, porque eu
disse: “Que máquinas?!” Pois o DMLU está todo terceirizado? E continua
completamente incompetente, porque a cidade continua suja. Recebi uma denúncia
do pessoal do bairro Santo Antônio, pois não sabem quando há coleta seletiva
naquele Bairro. Então, hoje, toda a coleta está nas mãos dos carroceiros e
galpões de reciclagem. Todos os dias, nós vemos numa das esquinas da cidade de
Porto Alegre, nas esquinas, nas calçadas; a cidade está à bangu, em limpeza
urbana.
O que eu tive de informação é que esse espaço que
acolhia a economia solidária do Morro da Cruz e do Partenon será um espaço de
estacionamento, não sei de que máquinas, de que DMLU. Se for para uma empresa
terceirizada, é mais grave ainda. E acho que vale a pena verificarmos isso
melhor.
Portanto, o Ver. Oliboni, atento à Região onde mais
atua, propõe um outro espaço; propõe institucionalizar o que era uma conquista
das mulheres, a maioria mulheres do Partenon e Morro da Cruz. E eu quero dizer
que a minha impressão, pelas poucas relações que tenho com alguns grupos da
economia solidária, é que, para este Governo, a economia solidária não existe.
Não existe! É uma política importantíssima criada pela pressão popular.
O que eram as incubadoras populares? Terminaram!
Não só não receberam ampliação, como a Incubadora Tecnológica passou a ser um
espaço do Secretário da Indústria e Comércio. Então, não tem política de
incentivo, de fomento, de acolhimento de grupos, para que se auto-sustentem, se
auto-organizem. Portanto, não é uma Cidade, não é uma Prefeitura, nem um
Prefeito preocupado com a sobrevivência, com a criação de laços de
solidariedade. O Fórum
Municipal da Economia Solidária é profundamente desrespeitado, Ver. Garcia. Eu
tenho relatos, e não lembro o nome do cidadão que representa a Prefeitura nesse
tema - o Ver. Adeli deve lembrar -, dizem é debochado, autoritário,
impertinente na relação com essas donas-de-casa, que saem de casa para se
organizar, para ocupar espaços.
As
lojas da Etiqueta Popular 2, aqui na Av. Borges de Medeiros, durante o ano
passado, receberam pressão o ano inteiro, e elas entraram em crise - o grupo de
mulheres que ali expõe os seus trabalhos -, porque a Prefeitura quer, queria, e
eu acho que quer ainda, cobrar aluguel do uso das lojas na Borges de Medeiros.
Quer dizer, não tem política pública de apoio à economia solidária; ao
contrário, se elas quiserem, disputem com o mercado e paguem o aluguel. Ora,
aluguel de próprio municipal? Quer dizer, não há como, naquele lugar, pois tem
que ser um aluguel caríssimo, e a economia solidária não consegue sobreviver
assim. O espírito da economia solidária, proposta de economia solidária é
favorecer os mais desorganizados, os mais necessitados, e ela só funciona
quando há apoio governamental, quando há solidariedade, quando há rede
funcionando, e esta rede em Porto Alegre não funciona, porque o Governo não
estimula, o Governo não apóia, o Governo a desrespeita; sobrevive, apesar do
Governo.
Por
isso, acho que essa proposta de lei, singela, vem tentar corrigir essa lacuna,
vem tentar constituir e garantir espaços já conquistados pela cidadania. Que
linda é uma cidade onde a sua gente pode mostrar o seu talento, pode viver do
seu talento. As cidades do Nordeste, do Norte, que nós visitamos - eu adoro, e
acho que a maioria de vocês, mesmo que não comprem, gostam de ver, se deliciar,
de apreciar o artesanato de cada uma das cidades das regiões, porque a
expressão cultural marca a identidade de uma cidade, e, nesta cidade aqui, a
gente quer é matar isto e não fomentar; a gente não, este Governo.
Então,
esta lei eu acho que é uma resistência que devemos votar como Câmara, de forma
responsável, porque não tem povo que seja feliz, não há progresso, não há
desenvolvimento se não houver identidade, se não houver desenvolvimento de
talento, se não houver fomento à solidariedade, que é o que a economia
solidária representa.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 024/07
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, tenho acompanhado esta discussão dos artesãos na cidade de Porto
Alegre, e quero parabenizá-lo, Ver. Oliboni, pela autoria do Projeto e por
estar trazendo esta discussão exatamente hoje, dia 19 de março, em que
comemoramos o Dia do Artesão. Saudamos esta brilhante iniciativa nas cidades
brasileiras, que é a sobrevivência, a vida dos artesãos no nosso País. O
artesanato que se transformou, através da economia informal, num instrumento de
sobrevivência para os homens e mulheres do nosso País, especialmente na cidade
de Porto Alegre, se transformou também num instrumento de inclusão social. Esta
é a discussão que precisamos fazer aqui: quando um Vereador propõe a
organização de uma feira numa determinada região da Cidade, ele está
trabalhando na perspectiva da inclusão social desses trabalhadores e
trabalhadoras da economia informal. Mais do que isso, o Ver. Oliboni nos
informa e nos diz que são oito milhões de brasileiros e brasileiras que
trabalham na economia informal através do artesanato, e esta Casa tem uma
responsabilidade muito grande, no dia de hoje, não apenas de fazer homenagens e
lembrar o Dia do Artesanato na cidade de Porto Alegre, mas também de fazer uma
referência, uma reflexão, aprovando este Projeto, que tem toda a iniciativa
desta Casa legislativa, mas que tem que ter referência da Prefeitura na relação
com a Cidade no que diz respeito a essa organização.
O artesanato traz a
arte, traz a cultura, mas acima de tudo, é empreendedora; não podemos esquecer
que no Brasil a economia informal, o artesanato, representa 3% do PIB
brasileiro. Então, o que estamos falando? Nós estamos falando de uma economia
informal que gera renda em nossa Cidade. E vejo, lamentavelmente, uma
indisposição de seguir essa discussão e inclusive de aprovar este Projeto no
Plenário, Ver. Aldacir Oliboni, o que não poderia acontecer com uma importância
singular como este Projeto tem para a vida dos artesãos da cidade de Porto Alegre;
mais do que isso, a importância que ele tem para as mulheres da cidade de Porto
Alegre, porque sabemos que a maioria das artesãs e dos artesãos se constitui de
mulheres. É uma força-tarefa de mulheres nessa categoria.
O Sr. Aldacir
Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Obrigado, nobre Vereadora. É importante que esses cidadãos e cidadãs,
que procuram os Vereadores para, de fato, institucionalizarem esses espaços,
possam também aqui estar presentes, para verem quem é quem na hora de votar.
Nós vamos trazer aqui esse povo, que, por sua vez, foi prejudicado com o
fechamento dessa feira no Terminal Alameda, e o que é lamentável a Cidade não
sinalizar. Nós falamos tanto em inclusão social, e o Governo aqui, inclusive,
foi contra a criação do Conselho Municipal do Artesanato, que também
possibilitaria discutir políticas do artesanato e instituir, o que o Ver. Braz
diz aqui, de fato, o mais adequado, o Conselho. Infelizmente, nem esse nós
temos, e é por isso que estamos lutando, para que esses cidadãos possam,
através da sua arte e da sua cultura estarem incluídos de uma forma mais
direta. Obrigado.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada,
Ver. Oliboni. É exatamente o que eu penso. Eu vou na linha do seu pensamento:
nós estamos resgatando homens e mulheres da economia informal que possam estar
trabalhando também na formalidade, estabelecendo uma relação com a Cidade, e,
mais do que isso, estabelecendo possibilidade de geração de renda, de linhas de
crédito para esse empreendedorismo, e uma política necessária no Município de
Porto Alegre, que não temos. Não temos uma política para a economia informal no
Município de Porto Alegre! Lamentavelmente, este Governo que aí está não
sinalizou, não apontou, não pontuou nem sequer qualquer projeto, qualquer
programa que dê conta da questão do artesanato na cidade de Porto Alegre. E o
que nós vemos, muitas vezes, é uma retalhação em cima dos feirantes, dos
artesãos que estão nas diversas feiras da nossa Cidade.
Nós queremos, sim, aprovar este Projeto do Ver.
Aldacir Oliboni e não apenas referendar, neste dia de reflexão, no Dia do
Artesanato no Estado do Rio Grande do Sul, mas, sobretudo, nós queremos
contribuir para que, de fato, as mulheres e os homens que estão na economia
informal hoje, constituam um espaço que busque e que referende uma nova
cidadania através do artesanato. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não há mais
quem queira discutir.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni, solicitando o adiamento da votação do PLL nº 024/07 por duas
Sessões. (Pausa.)
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, solicitando o
adiamento da votação do PLL nº 024/07 por duas Sessões.
O SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras,
Ver. Professor Garcia, peço a atenção dos Srs. Vereadores. Os Vereadores desta
Casa, principalmente os Vereadores que formam a bancada do Governo, foram
ameaçados pelo proponente da matéria. Disse o Ver. Oliboni que nós vamos
esperar para ver o que ele vai fazer, porque ele vai trazer aqui para ver quem
é quem! Parece que nós somos bandidos e que nós estamos contra o povo! Olhem, a
única coisa que nós estamos fazendo, a única coisa que nós estamos propondo é
que não votemos aqui no Plenário matéria que não seja de competência de
Vereador! É só isso! Ninguém está querendo mais nada! Olhem, eu não vi nenhum
Vereador aqui se manifestar contra a Feira do Partenon! Mas esse é um problema
da Administração Fogaça com o pessoal que faz a Feira do Partenon! Não é um
problema para ser resolvido através de um Projeto de Lei! É só isso! Mas aí tem
de ser de uma forma que não pode, na verdade, se tornar regra aqui nesta Casa,
Ver. Aldacir Oliboni, porque, senão, eu acredito que os demagogos vão acabar,
realmente, tomando conta do Plenário! “Não, eu vou trazer todo o mundo aqui
para verem o que vai acontecer!” Então, acontece o seguinte: se o Ver. Oliboni
pediu um adiamento exatamente para isso, ora, quando pedem adiamento para
ajeitar o Projeto, para resolver uma questão, eu não tenho problema nenhum de
votar a favor de adiamento! Mas eu vou votar adiamento para, de repente, formar
uma bagunça aqui nesta Casa e nós votarmos ainda menos do que nós votamos?
Olhem, eu acho que não! Eu acho que se nós, realmente, votarmos a favor do Ver.
Oliboni, é para bagunçar a Casa! Vamos fazer demagogia! Vamos trazer aqui os
eleitores do Ver. Oliboni e vamos falar aqui: “Vamos xingar todos os Vereadores
aqui que não votarem a favor da matéria do Ver. Oliboni!” E eu acho que esta
Casa não pode ser transformada num circo dessa espécie! Nós temos obrigação de
votarmos aqui aquilo que é competência nossa e que vai ajudar a fazer com que a
Cidade se torne uma cidade melhor! Mas nós não podemos colaborar para fazer um
circo para que um determinado
Vereador: “Ah! Agora sou eu que mando aqui na Casa, porque se vocês não
fizerem, vai ser assim... Vocês vão ver”. Ora, parem com isso, esta Casa não
pode ser tratada desta forma! Afinal de contas, a importância desta Casa é,
realmente, muito maior do que os termos que estão sendo propostos aqui, neste
momento, para que nós possamos votar. Assim, vamos tratar com respeito todo
mundo, vamos aceitar quando os outros Vereadores não quiserem votar as nossas
matérias, porque, afinal de contas, existe um motivo. O motivo agora é porque
não é competência desta Câmara votar a criação de feira em ponto nenhum desta
Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, solicitando o adiamento da
votação do PLL nº 024/07 por duas Sessões.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu quero ver quem é quem. Estou habituado a falar e dizer a minha posição,
independente do público que esteja aqui neste Plenário. E já falei
contrariamente ao público e não fui vaiado, ouvi, se é que se pode ouvir, o
silêncio. Agora, se o Ver. Oliboni quer ver quem é quem, eu, que achava que
podia fazer uma pequena alteração, pensei que ele pedia o adiamento para poder
fazer uma alteração pequena e que resolveria o problema. Vamos mostrar quem é
quem, eu acho que nós devemos rejeitar o adiamento e rejeitar o Projeto de Lei
também. Porque, hoje pela manhã, o Presidente da Câmara e o Prefeito desta
Cidade assinaram um documento, mostraram que leis desnecessárias, inócuas, não
devem ser feitas, e quando há leis - está dito pela Procuradoria da Casa - que
afrontam o art. 94 da Lei Orgânica, nós não temos que fazer mais. Chega de leis
que são contrárias à Lei Orgânica! Portanto, eu proponho e voto contrariamente
ao Requerimento de adiamento! É a primeira vez que eu faço uma coisa dessas,
até porque eu quero ver quem é quem. Nós temos condições de derrotar, ou não
temos condições de derrotar o Projeto e o adiamento também?
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, solicitando o adiamento da
votação do PLL nº 024/07 por duas Sessões.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu também quero me manifestar a respeito do pedido de adiamento da discussão
por duas Sessões deste Projeto. Concordo plenamente com a Verª Maria Celeste,
concordo plenamente com o Ver. Aldacir Oliboni: inclusão social. Mas quem é
contra a inclusão social? Quem é que colocou na cabeça de vocês, do PT, que
alguém é contra a inclusão social? Agora, por favor, dizer que vai trazer gente
ao Plenário para me amedrontar? Não, eu já tinha formado o meu voto, eu já vou
antecipar a minha posição: eu vou votar “não” ao Projeto. E agora eu estou
votando “não”, rejeitando o pedido de adiamento. Para que adiar? Vamos ver,
realmente, quem é quem? Quem é que realmente mostra a cara sem demagogia! Não
venham contar história! Peguem aqui o endereço de onde é essa feira! Ninguém é
contra a formação de qualquer feira! Mas, vejam bem, na Rua Albion, junto à
cerca limítrofe do Supermercado Carrefour. Vocês já fora lá ver o espaço? Mas
esperem aí! E o movimento de veículos? E os espaços para pedestres?
Não, por favor, eu estou votando contra o pedido
para adiar por duas Sessões. Isso tem que ser votado hoje, e o meu voto
antecipado é “não”! Eu quero saber, realmente, quem é quem, Ver. Aldacir
Oliboni? Quem sabe, depois de V. Exª carregar a cruz na Sexta-Feira Santa, V.
Exª volte para cá um pouquinho mais calmo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, solicitando o adiamento da votação do PLL nº
024/07 por duas Sessões.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, colegas Vereadoras e Vereadores, venho aqui em
nome da minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, para encaminhar o
Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, pedindo o adiamento desta
votação e desfazer aqui qualquer mal-entendido do ponto de vista da expressão
usada ou não pelo meu colega Ver. Aldacir Oliboni num desafio a qualquer colega
Vereador ou Vereadora. Afinal de contas, nós estamos aqui no Parlamento, no lugar
de parlar, e com todas as sugestões trazidas por V. Exas
sobre a preocupação a respeito do Projeto que, inclusive sob o ponto de vista
de autoria do Executivo, para que o Executivo possa analisar, pedir o adiamento
é pedir um prazo para dialogar mais sobre o Projeto! Será inédito esta Casa
negar, Ver. João Antonio Dib, a possibilidade de adiamento de um Projeto!
Mas, Ver. João Antonio Dib, V. Exª, que é o nosso
decano aqui, e o Ver. Luiz Braz, que é um jurista, eu gostaria de ler aqui para
V. Exas a respeito de todos os Projetos que foram aprovados nesta
Casa criando feiras, de autoria de diversos Vereadores: Proc. nº 3341/05, de
autoria do Ver. Sebastião Melo,
o senhor como Presidente; o Processo nº 03341/05, de autoria do Ver. Sebastião
Melo, propôs instituir a feirinha de artesanato da Rua Marieta Menna Barreto,
Vila Petrópolis, como evento comercial e cultural do Município de Porto Alegre.
Foi ou não aprovado esse Projeto de sua autoria? A Verª Margarete Moraes propôs
instituir a Feira de Artesanato da Praça Nações Unidas como evento cultural e
comercial do Município de Porto Alegre. A Verª Clênia propôs o Processo nº
2317/95, para instituir, dentre os pontos turísticos de Porto Alegre, os locais
destinados, em caráter permanente, à exposição e comercialização de artesanato,
e dá outras providências. O Ver. Luiz Braz - meu querido amigo e jurista -
propôs o Processo nº 1128/99, que dispunha sobre a oficialização do evento
Feira de Artesanato da Praça da Alfândega no Município de Porto Alegre, e dá
outras providências. O Ver. Nereu D’Avila, propôs o Processo nº 2.495/03, que
dispunha sobre a oficialização da Feira de Artesanato do Brique do Sábado, na
Av. José Bonifácio... Cito esses, entre outros. Nesse sentido, a Comissão de
Constituição e Justiça, analisando todos esses Projetos de diversos colegas,
exarou Parecer pela inexistência de óbice.
Ver.
João Antonio Dib. V. Exª tem que ser, aqui, correto como sempre foi! Portanto,
sua fala anterior está errada! V. Exª tem que ser correto como sempre foi! A Comissão
de Constituição e Justiça autorizou este Projeto a tramitar! Portanto, quero
fazer justiça com todos os colegas Vereadores que já trouxeram Projetos
semelhantes que puderam tramitar nesta Casa, sendo que, muitos deles, foram
aprovados! Bem, por que agora vamos tratar esta matéria com dois pesos e duas
medidas?! É justíssimo este pedido, neste momento, quando colegas Vereadores
com opiniões divergentes trazem a esta Casa a discordância sobre o Projeto do
Ver. Aldacir Oliboni, quando já temos esse histórico propositivo da Câmara
Municipal de Vereadores de Porto Alegre em relação à economia solidária.
Ninguém disse aqui que os Vereadores da situação são contrários à economia
solidária; isso não foi dito por nós nem por nossa Bancada. Quem falar nesse sentido
e em nome da nossa Bancada está desautorizado, porque a economia solidária
representa a pluralidade das intervenções econômicas e culturais das cidades e
é a base de todas as reflexões políticas.
Portanto,
meus colegas Vereadores e Vereadoras, trago esta reflexão para que nós não
venhamos a fazer uma falsa polêmica e quebrar uma cultura desta Casa, que é o
autor poder pedir a prorrogação da apreciação de um Projeto seu, porque quer
discutir mais com os Pares, com o Executivo e com o público diretamente
envolvido. Meu agradecimentos, muito obrigado pela compreensão de todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, gostaria de, se algum Vereador se sentiu ofendido, retirar as
minhas palavras, porque a intenção foi, de fato, podermos dialogar com o
Governo, uma vez que essa feira vai ajudar a comunidade do entorno do
Supermercado Carrefour e do bairro Partenon; é bom a gente conversar com o
Governo. Portanto, apelo à sensibilidade dos Vereadores para adiar a votação
como um bom gesto no sentido do diálogo.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que solicita o adiamento da votação do PLL nº
024/07 por duas Sessões. (Após a apuração nominal.) Seis votos SIM e 05
votos NÃO, portanto não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h06min.)
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